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História da Geociências

Published: Quinta, 16 de Maio de 2019, 15h22 | Última atualização em Quinta, 28 de Novembro de 2019, 17h05 | Hits: 3638

Trabalhos Iniciais

Tudo começou em 1963, quando a Resolução de n.º 11 de 23/12/63, do Conselho Universitário (CONSUN), criou o curso de Geologia na UFPA. A universidade tinha como Reitor o Prof.º Dr. José Rodrigues da Silveira Neto. As primeiras aulas foram ministradas em março de 1964, com aprovação de 41 candidatos para um total de 20 vagas. O curso estava ligado diretamente à reitoria e era independente. Na fase de implantação, o curso se caracterizou por uma independência administrativa e acadêmica com o vestibular e professores próprios. As aulas eram ministradas no núcleo de Física, Matemática e na Escola Superior de Química.

Aula Inaugural e Espaço Físico

Mesmo com espaço físico precário nas salas de aula, nos laboratórios e os poucos recursos para trabalhos de campo, o curso funcionava no casarão da Rua Arcipreste Manuel barata, n.º 574, na praça do Ferro de Engomar (onde foram ministradas as primeiras aulas) e na rua Três de Maio, Chalé n.º 1264.

Contrato de Professores

Uma série de desentendimento entre a Coordenadoria do Núcleo de Geociências e os professores da Universidade de São Paulo (USP), resultou no cancelamento de seus contratos, ocasionando a partir de 1968, uma crise no ensino de Geologia na UFPA.

Solução do Problema

Um acordo realizado entre a UFPA e PETROBRÁS teve como objetivo a contratação de engenheiros da empresa, com especialização em Geologia, que alavancaram um novo modelo de curso, enfatizando a sedimentologia, estratigrafia e a geologia do petróleo. Nessa nova fase, a estrutura do curso se manteve inalterada, as aulas passaram a ser predominantemente noturnas e os trabalhos de campo cada vez mais difíceis de serem realizados.

Curso de Geologia

O curso de Graduação em Geologia da UFPA nasceu em uma época de supressão das liberdades democráticas, de autoritarismo e de perseguição político-ideológica. Além disso, pouco se sabia sobre a riqueza mineral da Região Amazônica e sua adversidade ambiental e seu caráter inóspito a mantinham carente de geólogos. Entre as poucas empresas que desenvolviam pesquisas sobre essa região era a PETROBRAS. Em 1964, durante uma histórica reunião realizada no gabinete da Superintendência Regional da Amazônia (um órgão interno da empresa), os pioneiros geólogos Avelino Ignácio de Oliveira, Pedro de Moura e Carlos Walter Marinho Campos, além do engenheiro de petróleo Raimundo Ruy Pereira Bahia, decidiram então criar o primeiro Curso de Geologia da Amazônia.

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Transferência do Núcleo de Geociências para o campus universitário

Em 1969 o Núcleo de Geociências foi transferido para o conjunto universitário pioneiro (campus universitário), ainda em implantação naquela época. As aulas eram ministradas nos pavilhões às margens do rio Guamá e a administração ocupou provisoriamente uma sala na casa branca, situada na entrada do campus universitário, conhecida por prefeitura do campus, hoje Departamento de Manutenção (DEMA).

Criação do Centro de Ciências Exatas e Naturais (CCEN)

O CCEN foi criado em 1971, por meio da Resolução n.º 56, agregando os departamentos de Geologia, Matemática, Física e Química, dissolvendo o Núcleo de Geociências.

Reforma Universitária (1971)

No curso de Geologia ocorreram grandes modificações: administração ficou a cargo do seu departamento, com pouca autonomia e atrelada à direção do CCEN.

A coordenação acadêmica do curso ficou a cargo do colegiado correspondente. O curso passou do sistema seriado para o sistema de créditos e o vestibular ficou unificado, segundo as áreas do conhecimento.

A matrícula dos candidatos aprovados obedecia ao preenchimento do número de vagas em cada área e durante o ciclo básico era feita a opção para o campo profissional em Geologia. A partir de 1973, no vestibular unificado, o candidato já fazia a opção do curso profissional.

Os professores do ciclo básico não eram mais exclusivos do curso de Geologia e os do ciclo profissional formavam grupos (geólogos, agrônomos e engenheiros-geólogos), vinculados a PETROBRAS. Os problemas continuavam por falta de recursos e professores nas aulas práticas e trabalhos de campo.

 

Curso de Meteorologia

A implantação do Curso de Graduação em Meteorologia da UFPA foi autorizada pelo MEC, com iniciativa de seu Departamento de Assuntos Universitários, por meio da Portaria n.º 7.023 e seu funcionamento foi definido para o início de 1976, pela Resolução n.º 325, de 22/ 09/ 75 (CONSEP). Os trabalhos iniciais para implantação do curso foi desenvolvido por Antônio Gomes de Oliveira, Benaia Vieira de Alencar, Elen Maria Cutrim Sauck, José Seixas Lourenço e Sônia Dias Cavalcanti Guerreiro.

Também foi aprovado um Curso de Especialização em Meteorologia Tropical, pela Resolução n.º 295, de 22/ 11/ 75, para formação de professores especialistas para o novo curso, em convênio com a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São Paulo. Esse Curso foi executado no período de 07 de outubro de 1975 a 27 de fevereiro de 1976, com 428 horas de duração. O curso de Meteorologia da UFPA era vinculado ao CCEN e sua primeira coordenadora foi Sônia Dias Cavalcanti Guerreiro, que coordenou o curso no período de 1976 a 1977. A primeira turma obteve apenas três concluintes no ano de 1979.

O primeiro vestibular ocorreu no início de 1976 e a primeira turma concluiu o curso em 1979. Todos os formados desta turma foram contratados pela UFPA e atualmente são professores do curso. A Resolução n.º 395, de 10/ 01/ 77 foi a primeira que regulamentou o curso de bacharelado em Meteorologia, com uma carga horária de 3.168 horas. Por meio da Portaria n.º 091, de 01/ 06/ 81, o MEC nomeou os professores José de Lima Filho da UFAL e Mário Adelmo Varejão Silva da UFRPE para constituírem a Comissão de Reconhecimento do Curso.  O dia 13/ 10/ 81 foi marcado como data histórica de reconhecimento do curso de Meteorologia da UFPA pela Portaria n.º 571.

A grade curricular vigente do curso é regida pela Resolução n.º 1.961, de 06/ 01/ 92, que estabelece uma carga horária de 3.510 horas, com tempo de integralização de 4 anos e duração máxima de permanência no curso de 8 anos. O convênio assinado entre o Brasil e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) transformou o Departamento de Meteorologia da UFPA em Centro Regional de Treinamento Meteorológico da OMM, da América do Sul. O então Departamento de Meteorologia, além do curso regular de graduação, ofertava o curso de Pós-Graduação (Latu Sensu) de Especialização em Meteorologia Tropical, com áreas de concentração em Hidrometeorologia e Agrometeorologia.

 

Criação do Curso de Meteorologia

 A nossa história começa com os objetivos da Campanha de Formação de Meteorologistas, do MEC, que através do OF Nº 10.028/74/DAU/GEO, de 11 de dezembro de 1974 consultou a UFPA, se tinha interesse em implantar o Curso de Meteorologia, em função das necessidades brasileiras de criação de novos cursos de Meteorologia no Brasil. Foi gerado o Processo 22.044 e em 26 de dezembro de 1974 e o ofício foi enviado ao Prof José Seixas Lourenço, Coordenador do Programa de Pesquisa e Pós Graduação em Geofísica, que analisou o referido Ofício e após verificar a viabilidade da instalação do Curso, em 06 de janeiro de 1975,  informou ao Magnífico Reitor Prof. Clóvis Cunha da Gama Malcher nos seguintes termos: “ O Projeto do DAU(Departamento de Assuntos Universitários) de criação de novos cursos de Graduação em Meteorologia é, sem dúvida alguma, do maior interesse para a área de Ciências Exatas e Naturais da UFPA e, aceitando a sugestão do Diretor-Adjunto do DAU (Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque), concordamos em realizar os estudos básicos visando a implantação de referido curso em futuro próximo. Como responsável por estes estudos já indicamos a docente SÔNIA DIAS CAVALCANTI GUERREIRO, pesquisadora do Programa de Geofísica, e que já foi Chefe do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro”.

Ressalta-se que a Prof. Sônia formou-se em Meteorologia na primeira turma de meteorologistas do primeiro curso de Meteorologia no Brasil, na UFRJ.

Esse parecer do Prof José Seixas Lourenço gerou o Ofício GR/633/75, de 29 de julho de 1975, da Reitoria, ao Secretário Geral do MEC, Dr Euro Brandão, com o projeto dos estudos relativos ao Curso considerando a política do Governo Federal no sentido de desenvolver uma tecnologia, que possibilite melhor compreensão do Trópico Úmido Amazônico e informando , a viabilidade do Curso, que depende , principalmente, da implantação de uma estação meteorológica e dos instrumentos de Laboratório indispensáveis para o bom funcionamento das aulas práticas. Depende ainda de recursos substanciais para pessoal docente, tudo constante do projeto para os anos de 1976 a 1979.

Em 15 de setembro de 1977, a Prof. Sônia Dias Cavalcanti Guerreiro participou em Brasília da Comissão de Especialistas de Ensino de Meteorologia, em que foram discutidos os problemas dos Cursos de Meteorologia do Brasil.

Na 31ª Reunião da SBPC, no dia 17 de julho de 1979, a Profª Elen Maria Cutrim  teve a oportunidade de fazer uma explanação sobre o Curso de Meteorologia, em vários aspectos, incluindo alunos, professores, estação meteorológica e pesquisas em andamento.

 

Instalações do Curso de Meteorologia

Inicialmente as instalações ficavam no Centro de Ciências Exatas e Naturais, basicamente com apenas 3 salas. Posteriormente com a transferência da Pró-Reitoria de Administração, que estava na parte térrea no prédio da FADESP para o novo prédio da Reitoria.  A área foi ocupada pelos professores de Meteorologia, permanecendo lá até o dia 6 de março de 2006, quando foi inaugurado o novo prédio da Meteorologia, reformado pela FADESP onde funcionavam várias oficinas.

A inauguração contou com a presença do Reitor Prof. Alex Bolonha Fiuza de Melo, do Diretor do CG Prof. Geraldo das Virgens Alves, da Vice-Dietora do CG Profª Midori Makino, do Diretor da FADESP Prof Luiz Acácio Centeno Cordeiro, do Diretor do CCEN Prof Francisco Pereira Assunção, do Chefe do Departamento de Meteorologia Profª Isa Maria Oliveira da Slva e do Coordenador do Curso de Meteorologia Prof. João Batista Miranda Ribeiro e de professores e alunos do Curso.

Mesmo antes da inauguração oficial do prédio do Curso de Meteorologia com as salas de aula e Laboratórios,  em 17 de outubro de 2005 foram transportadas para o LAB-01, carteiras, mesa e quadro branco, sendo ministrada a aula de Meteorologia Tropical pelo Prof. Dimitrie Nechet, para os alunos Nirlando, Douglas, Eliude,  Gean e Ludmila. Colaboraram nessa transferência o Prof e alunos acima.

 

 Estação Meteorológica de Superfície

O Curso de Meteorologia ainda não tinha a sua Estação Meteorológica Convencional de Superfície e as aulas práticas eram dadas na então Faculdade de Ciências Agrárias do Pará(FCAP). Apesar de já haver instrumentos, a direção da UFPA demorava para fazer o projeto da Estação. Aproveitando a Comissão de Reconhecimento do Curso, foi definido que o Curso somente seria reconhecido, se a Universidade instalasse uma Estação Meteorológica. A UFPA fez o projeto e foi feita a instalação.

Em abril de 1982 foi inaugurada a Estação Meteorológica Convencional de Superfície, no campus III da UFPA (Educação Física) com todos os instrumentos que uma estação requer, de forma circular, com área ampla para instalações de instrumentos adicionais, sendo uma estação didática e climatológica, com registros dos dados para futuras pesquisas.

Em 30 de outubro de 1987 houve solenidade de inauguração das instalações da sala dos observadores, com todo o conforto, ao lado da Estação e com o nome da Professora Adelina Morais de Souza, como homenagem póstuma, professora do Departamento de Meteorologia, falecida nos Estados Unidos, enquanto fazia o seu Mestrado.

Em 2001 teve que ser desativada, em virtude de vandalismo na Estação e na Sala do Observador, com roubo de equipamentos e arrombamentos e roubo de material.

Somente em 21 de março de 2005 foi reinaugurada na área entre a Biblioteca Setorial do Instituto de Geociências e o prédio da FADESP, com o nome de Estação Meteorológica e Laboratório de Climatologia  Professora Adelina Morais de Souza.  Em 25 de setembro de 2005 foi inaugurado o novo Laboratório de Climatologia e Estação Meteorológica Prof Adelina Morais de Souza, no prédio da Biblioteca em uma das Torres, já que estava provisoriamente em uma sala do Prof. João Batista Miranda Ribeiro, que era o Coordenador do Curso e responsável pela Estação Meteorológica e Laboratório de Climatologia..

 

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Curso de Oceanografia

O projeto de criação do curso de graduação em Oceanografia foi assinado e aprovado pelo parecer do Prof.º Paulo Fernando de Souza, em reunião extraordinária do Conselho do CG, no dia 10/ 09/ 99. Os responsáveis pela implantação do curso foram os Professores Doutores Maâmar El-Robrini, Francisco de Assis Matos de Abreu e Pedro Walfir M. Souza Filho. O curso foi aprovado em 16/ 09/ 99, por meio da Resolução n.º 2.663 (CONSEP). Teve como embrião o Programa de Pesquisas em Ciências do Mar (PROMAR-1982), coordenado pelo Prof.º Luis Ercílio Faria Junior. O primeiro coordenador do curso foi Maamar El-Robrini e a primeira turma teve 20 concluintes em 2004. O CONSEP, por meio da Resolução n.º 3.041, de 11/ 04/ 2003, homologou o Parecer de n.º 105/ 02 - CEG, que aprovou a regulamentação do currículo do curso de graduação em Oceanografia.

 

Curso de Geofísica

O Curso de Graduação em Geofísica da UFPA foi criado por meio da Resolução n.º 2.886, de 05/ 02/ 2002 (CONSEP), com o objetivo de formar profissionais capacitados a trabalhar em Prospecção de Hidrocarbonetos (petróleo e gás), Prospecção Mineral, Prospecção de Água Subterrânea, Monitoração do Meio Ambiente, Avaliação Geotécnica e Mapeamento Geológico-Geofísico, enfatizando as potencialidades e características da Região Amazônica. O curso era vinculado ao Centro de Geociências e seu primeiro coordenador foi João Carlos R. Cruz. A primeira turma teve cinco concluintes, no ano de 2006. Seus primeiros contingentes foram: José Gouveia Luiz, Lúcia Maria da Costa e Silva e Luiz Rijo.

As recentes atividades docentes do Curso de Geofísica da UFPA são rotineiramente desenvolvidas por meio do ensino de disciplinas no Curso de Pós-Graduação em Geofísica, no Curso de Graduação em Geologia e no Curso de Graduação em Geofísica, além da orientação de alunos em Teses de Mestrado, Doutorado, Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e Iniciação Científica (IC). Alguns dos professores desenvolvem, também, atividades docentes em dois Cursos de Especialização do Centro de Geociências, Curso de Especialização em Hidrogeologia Aplicada e Geociências Aplicadas ao Meio Ambiente e no Curso de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica.

Criação do Núcleo de Ciências Geofísicas e Geológicas (NCGG)

 

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O Exm.º Sr. Ministro da Educação e Cultura, Prof.º Euro Brandão, inaugurou o Núcleo de Ciências Geofísica e Geológicas, em parceria com MEC, BID e UFPA. (1978).

Em outubro de 1975, como consequência da expansão do programa, foi estruturado o Núcleo de Ciências Geofísicas e Geológicas (NCGG), como órgão responsável pela programação e coordenação das atividades de pesquisa e pós-graduação na área de Ciências da Terra, funcionando como órgão de integração daqueles Departamentos da área de Ciências Exatas e Tecnologia, que participaram dos projetos interdisciplinares desenvolvidos. O professor José Seixas Lourenço foi quem assumiu a coordenação naquela época.

A incorporação do NCGG no Plano de Reestruturação pretendido pela UFPA esbarrou na decisão do Conselho Federal de Educação (CFE), de 02/ 06/ 77, o qual, apoiado no parecer do professor Newton Sucupira, indeferiu a criação do NCGG, alegando a incompatibilidade com o modelo estrutural escolhido pela UFPA, ou seja, a opção que tinha sido feita por departamentos coordenados por grandes unidades (centros). No Regimento Geral da UFPA daquela época, não há alusão ao NCGG, embora figurem dispositivos específicos que regulamentam o funcionamento do NAEA e NPRH.

No entanto, em 10/ 11/78, o CFE credenciou o Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas, em nível de mestrado, oferecido pelo NCGG. Mesmo com a sua não oficialização, este núcleo se firmou e cresceu dentro da UFPA, renovando e ampliando o seu quadro docente, o qual se estabilizou por volta de 1979. Além disso, foi mantido o programa de formação de pessoal como base de sustentação do NCGG, tendo os Estados Unidos, a Alemanha Ocidental e a França como os principais centros de doutorado.

Além da formação de pessoal, o fortalecimento do NCGG se deu devido à aprovação de vários projetos institucionais e de pesquisa, apoiados pela FINEP, CNPq, CAPES, FIPEC, BASA e SUDAM, cujos recursos permitiram a aquisição de inúmeros equipamentos e a instalação de diversos laboratórios, além de convênios de cooperação nacional e internacional. Várias linhas de pesquisa são implantadas e consolidadas, criando-se um adequado espaço para a atividade científica.

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